Embora se preveja uma melhoria nas perspetivas de curto prazo, o panorama global permanece moderado em relação aos padrões históricos. Em 2024-25, a previsão do Banco Mundial aponta para um crescimento abaixo da média da década de 2010 em quase 60% das economias, o que abrange mais de 80% da população global.
Os fatores geopolíticos continuam com bastantes focos de incerteza, tendo um impacto direto e muito rápido nos índices de crescimento. A evolução do conflito na Europa, sem fim à vista, os focos de conflito no Médio Oriente e as dúvidas sobre a futura política comercial dos Estados Unidos da América com a nova Presidência são fatores de incerteza que prejudicam o crescimento económico.
O crescimento global deverá manter-se estável em 2,6% este ano. Dadas as contínuas pressões inflacionárias, é provável que os bancos centrais permaneçam cautelosos em relação à flexibilização das políticas monetárias; consequentemente, espera-se que as taxas de juro de referência permaneçam significativamente mais altas do que antes da pandemia, embora possamos assistir em 2025 a uma descida das mesmas, sobretudo na Europa.
No caso de Portugal, o FMI aponta para um crescimento económico de 2,3%, superior à projetada para a Zona Euro (1,2%), mantendo-se a taxa de inflação em 2,1%, dentro do intervalo objetivo do Banco Central Europeu, o que poderá contribuir para a descida, mesmo que ligeira, das taxas de juro. Devemos assistir em Portugal a uma evolução positiva no consumo privado, em função da subida dos rendimentos reais.